16/11/2019

Natal de Harry Potter, vale a pena visitar?

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No dia 09/11 inaugurou o Complexo Tatuapé, em São Paulo, uma decoração de natal totalmente inspirada em Harry Potter. Mas vale a pena ir visitar?

O clima,  é um tanto mágico no Shopping Metrô Tatuapé, muito disso devido as músicas da trilha do filme, que tocam ininterruptamente.  Já o cenário deixa um pouco a desejar já que não é possível entrar em nenhuma das lojinhas, apenas admirar suas vitrines - e elas acabam nem sendo tão interessantes assim, já que todos os itens presentes são desenhados e sem profundidade, tendo como ponto alto somente o Show de Neve - uma apresentação com atores caracterizados, que fazem algumas “magias” e interagem com o público-, de quinta a sábado: às 19h, e de domingo a quarta, às 16h.



Já no Boulevard Tatuapé podemos encontrar locais como o Beco Diagonal e o Campo de Quadribol de Hogwarts, e painéis interativos na qual você pode experimentar uniformes da escola e até mesmo praticar feitiços com sua varinha. Ah, lá também fica a loja oficial com vários produtos temáticos como copos, cadernos e camisetas, mas não adianta se animar, os preços são bem salgados, e uma varinha não sai por menos de R$ 300,00.



Além disso, podemos encontrar espalhados alguns objetos marcantes da saga, como: a capa de invisibilidade de Harry, que o visitante pode enrolar no corpo e ficar invisível, o carro de Rony Weasley, e a vassoura Firebolt. 

Dica: a atração lota, então pode se preparar para enfrentar filas enormes, confesso que acabei não participando de nenhuma das atividades, pois existe uma enorme falta de organização, e devido o fato de estar grávida só de entrar na "fila" - que nada de fila tinha -, comecei a passar mal. Se você precisar de algum tipo de acesso preferencial melhor nem ir, pois simplesmente não tem. Outro problema causado devido a falta de organização foi que alguns visitantes decidiram ir fantasiados e tirar foto como se fizessem parte da produção, isso causou uma confusão enorme, e os monitores simplesmente não conseguiam fazer nada.

09/01/2019

Resenha: Suicidas, de Raphael Montes | Bea Oliveira

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Um porão, nove jovens e uma Magnum 608.
Um porão, nove jovens e uma roleta-russa com as suas próprias regras.
O que aconteceu ali é algo intrigante, e a polícia tenta entender o que os levou a essa decisão.
Um porão, nove jovens e um caderno com anotações em tempo real dos suicídios.


A história acontece um ano depois de uma roleta russa, a investigadora de policia, responsável pelo caso decidiu juntar todas as mães dos jovens mortos, em uma reunião informal, a fim de mostrar uma prova que finalmente poderia desvendar o que ocorrera no dia 07 de setembro de 2008. A prova é um livro, escrito por Alessandro, um dos suicidas, que conta em detalhes tudo o que acontecera naquela noite.
A narrativa é composta de três tempos: 1º a reunião da investigadora Diana com as mães dos jovens, 2º as anotações pessoais de Alessandro antes do ocorrido por meio de um caderno encontrado em seu quarto, e  3º o livro que conta a noite da roleta-russa. Dessa maneira, a leitura desde as primeiras páginas nos dá a sensação de não estarmos vivenciando os fatos, mas conhecendo os detalhes do que levou a ele.


"Tentei desviar o olhar, mas não consegui. Minha própria dose de sadismo me fazia querer ver cada detalhe do ato. Sou curioso. Assim como você, leitor, que percorre com avidez estas linhas, eu queria saber exatamente o que ia acontecer. Por mais macabro que fosse. Por mais louco. E não me importo. Não se importe você também. Ninguém está olhando... Ninguém vai nos condenar por estes segundinhos de sordidez..."

Os acontecimentos se passam no Rio de Janeiro.  Alessandro é um garoto de classe média, muito amigo de Zac, um menino milionário. Zac é do tipo de garoto que consegue tudo o que quer. Além deles, Ritinha é a gostosa pouco inteligente, Waléria é a gorda, Noel o feio que morre de amores pela gostosa, Maria João é a feminista, seu irmão Lucas, o gótico suicida, Otto, o gay e Dan, o garoto com síndrome de down. Sim, um garoto com síndrome de down também faz parte do grupo de suicidas.


Suicidas é o primeiro livro de Raphael Montes, relançado em 2017 pela Companhia das Letras, e de longe é o melhor trabalho do autor -  em minha visão -, pois revela a audácia de Montes ao desenvolver enredos e narrativas, e seu talento para caracterizar personagens. O livro, assim como nos demais do autor explora a mente humana, e as personagens são exploradas de forma muito intima e característica. 

Muitos haviam me falado do final surpreendente de Suicidas, e talvez, se eu tivesse conhecido o autor por meio deste livro tivesse me surpreendido, mas como não foi o caso, compreendi o que aconteceria no meio da trama, e assim, já imaginava seu desfecho. O que não tornou a leitura menos impactante.



- Poxa, Bea

01/01/2019

Namore uma garota que lê | Bea Oliveira.

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“Namore uma garota que gasta seu dinheiro em livros, em vez de roupas. Ela também tem problemas com o espaço do armário, mas é só porque tem livros demais. Namore uma garota que tem uma lista de livros que quer ler e que possui seu cartão de biblioteca desde os doze anos. Encontre uma garota que lê. Você sabe que ela lê porque ela sempre vai ter um livro na bolsa. Ela é aquela que olha amorosamente para as prateleiras da livraria, a única que surta (ainda que em silêncio) quando encontra o livro que quer. Você está vendo uma garota estranha cheirar as páginas de um livro antigo em um sebo? Essa é a leitora. Nunca resiste a cheirar as páginas, especialmente quando ficaram amarelas. Ela é a garota que lê enquanto espera em um Café na rua. Se você espiar sua xícara, verá que a espuma do leite ainda flutua por sobre a bebida, porque ela está absorta. Perdida em um mundo criador pelo autor. Sente-se. Se quiser ela pode vê-lo de relance, porque a maior parte das garotas que leem não gostam de ser interrompidas. Pergunte se ela está gostando do livro. Compre para ela outra xícara de café. Diga o que pensa sobre Dom Casmurro. Entenda que, se ela diz que compreendeu o que aconteceu na história, é só para parecer inteligente. Pergunte se ela gosta ou gostaria de ser a Alice. É fácil namorar uma garota que lê. Ofereça livros no aniversário dela, no Natal e em comemorações de namoro. Ofereça o dom das palavras na poesia, na música. Deixe que ela saiba que você entende que as palavras são amor. Entenda que ela sabe a diferença entre os livros e a realidade mas, juro por Deus, ela vai tentar fazer com que a vida se pareça um pouco como seu livro favorito. E se ela conseguir não será por sua causa. É que ela tem que arriscar, de alguma forma. Minta. Se ela compreender sintaxe, vai perceber a sua necessidade de mentir. Por trás das palavras existem outras coisas: motivação, valor, nuance, diálogo. E isto nunca será o fim do mundo. Trate de desiludi-la. Porque uma garota que lê sabe que o fracasso leva sempre ao clímax. Essas garotas sabem que todas as coisas chegam ao fim. E que sempre se pode escrever uma continuação. E que você pode começar outra vez e de novo, e continuar a ser o herói. E que na vida é preciso haver um vilão ou dois. Por que ter medo de tudo o que você não é? As garotas que leem sabem que as pessoas, tal como as personagens, evoluem. Exceto as da série Crepúsculo. Se você encontrar uma garota que leia, é melhor mantê-la por perto. Quando encontrá-la acordada às duas da manhã, chorando e apertando um livro contra o peito, prepare uma xícara de chá e abrace-a. Você pode perdê-la por um par de horas, mas ela sempre vai voltar para você. E falará como se as personagens do livro fossem reais – até porque, durante algum tempo, são mesmo. Você tem de se declarar a ela em um balão de ar quente. Ou durante um show de rock. Ou, casualmente, na próxima vez que ela estiver doente. Ou pelo Skype. Você vai sorrir tanto que acabará por se perguntar por que é que o seu coração ainda não explodiu e espalhou sangue por todo o peito. Vocês escreverão a história das suas vidas, terão crianças com nomes estranhos e gostos mais estranhos ainda. Ela vai apresentar os seus filhos ao Gato do Chapéu e a Aslam, talvez no mesmo dia. Vão atravessar juntos os invernos de suas velhices, e ela recitará, através de sussurros para você. Namore uma garota que lê porque você merece. Merece uma garota que pode te dar a vida mais colorida que você puder imaginar. Se você só puder oferecer-lhe monotonia, horas requentadas e propostas meia-boca, então estará melhor sozinho. Mas se quiser o mundo, e outros mundos além, namore uma garota que lê. Ou, melhor ainda, namore uma garota que escreve.”

- Poxa, Bea.

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